O ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, destacou, esta segunda-feira, o clima de estabilidade e confiança, resultante do processo de paz no país implementado (é claro) pelo MPLA. Quem não estiver de acordo já sabe… leva no focinho.
O general Francisco Pereira Furtado teceu estas considerações a propósito do 21° aniversário da assinatura do Memorando de Entendimento para Paz no reino do seu patrono, Angola.
Num brilhantíssimo exemplo do clima de estabilidade e confiança, o ministro de Estado, disse que este marco permitiu que as instituições, a democracia e a estabilidade pudessem progredir, bem como a reposição da administração do Estado nas localidade antes ocupadas pelas forças militares da UNITA.
Recorde-se que general Francisco Pereira Furtado afirmou no passado dia 4 de Fevereiro, em Mbanza Kongo, que o Executivo do MPLA está a trabalhar para a materialização das promessas feitas no âmbito das eleições gerais de 24 de Agosto de 2022. É verdade. Os activistas, por exemplo já estão a “levar no focinho”, como prometeu o general Furtado bem antes de o seu camarada de armas, brigadeiro “Barba Branca”, levar ele próprio (no Brasil) “no focinho”…
Ao discursar no acto central do 4 de Fevereiro, falsamente considerado pelo MPLA como “Dia do Início da Luta Armada de Libertação Nacional”, em representação do general João Lourenço, Presidente da República, Francisco Furtado apontou, entre as promessas anunciadas para a província do Zaire, a construção de uma Refinaria no Soyo, de um novo aeroporto para a cidade de Mbanza Kongo, assim como a edificação de duas centralidades em dois municípios da região.
Consta, igualmente, das promessas feitas pelo Presidente do general Francisco Furtado, a reabilitação da estrada Mbanza Kongo/Cuimba/Buela, a conclusão este ano das obras do Hospital Geral do Zaire e a construção de um instituto superior na província.
De acordo com o ministro, muitas dessas obras já estão a ser executadas, provavelmente algumas tiveram início há 47 anos, com destaque para a construção do novo aeroporto de Mbanza Kongo, com um grau de execução física que ronda os 30 por cento, e o Hospital Geral do Zaire, com 85 por cento de execução física.
Em relação à Refinaria do Soyo, Francisco Furtado disse que se encontra em fase de mobilização dos materiais para o arranque das obras.
“Portanto, decorridos poucos meses da realização das eleições gerais de Agosto de 2022, já se vai passando das promessas para realizações visíveis”, asseverou o ministro de Estado, acrescentando que essas e outras acções estruturantes vão garantir mais o desenvolvimento da província do Zaire e proporcionar mais emprego para a juventude local.
Referiu também que, tal como acontece em todo o território nacional, decorrem, também, nos seis municípios da província do Zaire, diversas obras inseridas no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), num total de 91 projectos sociais.
Francisco Furtado ressaltou, igualmente, a implementação em todos os municípios do Zaire do programa Kwenda (transferências sociais monetárias) que, de certo modo, tem reduzido a precariedade das famílias mais vulneráveis. Segundo diz, a nível da província do Zaire, o Kwenda já beneficia 21.916 agregados familiares dos 27.030 registados até ao momento.
Francisco Furtado disse que o Executivo central em parceria com o Governo Provincial está empenhado em baixar os níveis de pobreza entre a população da região e gerar mais empregos para os jovens.
Francisco Pereira Furtado, que foi incorporado nas FAPLA em Setembro de 1974 e guarda-costas do assassino António Agostinho Neto, disse que a melhor forma de homenagear os heróis do 4 de Fevereiro é apostar nos estudos e no trabalho, abraçando boas práticas que concorrem para o desenvolvimento social e económico do país.
“Honremos os nossos heróis preservando a paz duramente alcançada, assim como resgatando os bons princípios e valores morais, cívicos e patrióticos”, observou o general, sem referir que uma das regras fundamentais da Educação Patriótica é “dar no focinho” a quem criticar o MPLA.
O ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República apelou, na ocasião, aos jovens a continuar a respeitar os símbolos nacionais e as instituições do MPLA, nomeadamente o Presidente da República, o Parlamento, o Executivo e o poder Judicial que asseguram a democracia, os direitos, liberdades e as garantias fundamentais dos cidadãos.
“Os jovens precisam de respeitar os bens públicos e privados e manterem boas regras de convivência social. Bons cidadãos garantem uma boa sociedade”, aconselhou, certamente lembrando-se do que lhe foi ensinado no Centro de Instrução Revolucionária do Cazage – 3ª Região Militar.
Francisco Furtado destacou a bravura e a determinação dos heróis do 4 de Fevereiro de 1961, cuja acção culminou com a conquista da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975.
Participaram no acto que decorreu sob o lema “Preservando os valores da Pátria, Honremos os nossos Heróis”, ministros e secretários de Estado, forças da defesa e segurança, autoridades tradicionais e religiosas, antigos combatentes e veteranos da pátria e populares. Não consta que tenham estado presentes familiares dos milhares e milhares de angolanos que Agostinho Neto mandou assassinar nos massacres de 27 de Maio de 1977.
Em Dezembro de 2021, Francisco Furtado disse, em Luanda, que iam ser orientadas medidas concretas para fazer face aos actos de vandalização de bens públicos que se verificavam no país.
Francisco Furtado liderou uma delegação composta por dirigentes do Ministério da Energia e Águas, do governo da província de Luanda e da Polícia Nacional numa visita a ruas da capital angolana, com o objectivo de avaliar a iluminação pública. O governante constatou em várias artérias de Luanda o furto de 160 metros de cabo, deixando a zona totalmente às escuras, segundo uma nota do Ministério da Energia e Águas.
“É preciso acabarmos com esses comportamentos, com essas atitudes, e esperemos que nos próximos dias haja uma resposta mais adequada das forças da ordem e segurança para acabarmos com esse tipo de comportamentos, que estão a afectar não só a segurança do país, mas também estão a causar danos consideráveis à economia”, disse, em declarações à imprensa, o general Francisco Furtado.
O governante considerou que o Estado tem que impor regras, e “pôr as coisas nos seus devidos lugares, porque continuar com este comportamento dá sempre possibilidade de continuar a haver este tipo de actos”.
“Então vamos orientar de facto as medidas concretas a serem tomadas a partir de agora e espero que daqui em diante os mentores destes actos tenham os dias contados”, salientou. Repare-se. Segundo Francisco Furtado, não são os actos que terão “os dias contactos”. São os mentores.
As autoridades estavam já a trabalhar para repor os cabos que foram retirados, realçou Francisco Furtado, frisando que o mais importante é que sejam tomadas algumas medidas para impedir que esse tipo de situações volte a acontecer, particularmente na cidade.
Quatro meses antes, no dia 17 de Agosto de 2021, o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, que discursava na abertura do primeiro Conselho Metodológico da Direcção de Administração e Serviços do Ministério do Interior, manifestou preocupação com a vandalização de bens públicos, um fenómeno que se vem registando e aumentando na sociedade angolana nos últimos tempos.
O titular da pasta do Interior referiu que este crime tem estado a ganhar contornos alarmantes, se se olhar para os prejuízos que tem causado ao Estado angolano.
O governante pediu o apoio dos órgãos de comunicação social para sensibilizar a sociedade que a destruição de postes de transformação de energia, o furto de 400 parafusos da linha do Caminho-de-Ferro de Luanda, como ocorreu nessa altura, são “a todos os níveis inaceitáveis, pois o comboio é um bem público, cujo acesso ao mesmo não se faz na diferenciação por estrato social”. “Devemos ser todos fiscais da coisa pública, porque beneficia a todos”, disse o ministro.
A Polícia anunciara na altura que tinham já detido cinco suspeitos do furto de 400 parafusos da linha do Caminho-de-Ferro de Luanda, que deixou destruídos 150 metros da linha no ramal ferroviário do Zenza-do-Itombe, no Dondo, município de Cambambe, província do Cuanza Norte.
Se, como pedia o ministro, “devemos ser todos fiscais da coisa pública, porque beneficia a todos”, recordamos que o ministro Eugénio Laborinho louvou no dia 2 de Fevereiro de 2021 a acção das forças de defesa e segurança na zona de Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda Norte, onde no final de Janeiro se registou – segundo ele – um “acto de rebeldia e de insurreição”.
Eugénio Laborinho, que falava em conferência de imprensa para esclarecimentos sobre o incidente ocorrido em Cafunfo, que resultou em dezenas de mortos e feridos, disse que estavam na base da situação interesses económicos, nomeadamente o garimpo de diamantes. O pessoal de Cafunfo não “garimpa” parafusos…
O governante disse que cerca de 300 pessoas, divididos em três grupos, atacaram a esquadra da polícia, munidos de “armas de guerra, objectos contundentes, meios artesanais e instrumentos cortantes”, usando “indumentária de rituais tradicionais e supersticiosos”, causado ferimentos a dois agentes da polícia e das forças armadas.
“Não é possível estar num posto a fazer a guarnição e aparecer um grupo armado e atacar o posto. Eu sou o garante da ordem, o que é que vou fazer? Tenho que responder. Se estão a atirar contra mim, com catanas e armas, a resposta é igual e a proporção diferente”, disse Eugénio Laborinho.
O titular da pasta do Interior lamentou a atitude dos atacantes, reforçando que não havia outra hipótese “se não manter a segurança pública e a ordem no território”.
“A autoridade do Estado tem que ser mantida a todo o custo. Nós apelamos mais uma vez que entendam, compreendam, que a atitude de resposta da polícia foi de acordo à situação surgida no momento”, sublinhou.
Segundo o ministro, “o grupo de rebeldes” não está autorizado por lei a fazer qualquer manifestação, admitindo que no dia 16 de Janeiro, num dia de semana, os mesmos pretenderam realizar uma manifestação contra o governo provincial, mas foram impedidos.
“Já tínhamos domínio [noção] que este movimento que queriam fazer ia dar uma situação fora do normal, uma vez que eles não tinham sido autorizados”, disse.
O ministro repetiu que atacar uma esquadra policial, um posto de comando militar “é um acto de rebeldia”. Pelo contrário, ser indiferente aos 20 milhões de pobres e tudo fazer para que os angolanos aprendam a viver sem… comer é um acto de patriotismo.